terça-feira, 21 de abril de 2009

Salvé 21 Abril

domingo, 19 de abril de 2009

Gato escondido.....



Genéricos, sim ou não.

Alterar a receita da responsabilidade do Médico pelo Farmacêutico, não.

Devo dizer que é falsa a ideia de que os Médicos estão contra os medicamentos designados por genéricos. Se estes produtos são lançados no mercado depois de devidamente certificados, não há motivo aparente para não serem aceites.
O que se passa, é que num fármaco não existe só a molécula activa, a responsável efectiva pelo tratamento; há também as substâncias que veiculam essa molécula, nas diversas formas de apresentação conhecidas. Esta questão tem produzido algum retraimento na prescrição de genéricos, porque embora não devamos ter dúvidas quanto à boa qualidade da molécula activa, surgem por vezes intolerâncias por parte dos doentes e que estão relacionadas com o veículo da mesma.
Mas há mais; e eu fui testemunha disso algumas vezes. Nem sempre a eficácia de alguns genéricos se mostra equivalente à do produto de marca; isso obriga a um reforço da dose para o mesmo efeito terapêutico, senão à substituição do fármaco.
Penso que estas e outras questões têm de ser avaliadas, e obviamente, não são processos rápidos.
Mas o segundo ponto é muito mais preocupante.
A responsabilidade de quem observa o doente, elabora um diagnóstico e decide um tratamento, não pode ser repartida por outro que não tenha prestado colaboração em nenhum destes passos, e não possua conhecimentos para isso. E se pensarmos, todos o sabemos, que o maior atendimento nas farmácias é feito por um funcionário da mesma, de modo algum se pode pactuar com uma situação dessas. É uma questão de Ética Profissional.
Quando este problema se colocou há uns anos atrás,tinha a finalidade de promover o uso de genéricos. Foi contestado, mas não se conseguiu na altura mais que a possibilidade de os Médicos poderem expressar na receita a vontade de autorizar ou não a referida substituição.O poder político não teve sensibilidade para mais. Foi o mal menor.
Hoje assistimos à desfaçatez de um anúncio de televisão, de uma forma encapotada e cobarde, com o falso argumento de defender os interesses dos doentes, dizer," agora já pode comprar os medicamentos mais baratos". Publicidade da responsabilidade da Associação Nacional de Farmácias
e que usurpa o direito de substituir medicamentos nas receitas médicas mesmo sem autorização prévia..
Que forma fantástica de passar a ideia de substituir o medicamento que o Médico entendeu ser necessário, por aquele que a A.N.F.quiser, e que será obviamente aquele que ela produz. Nem mais, a A.N.F. quer produzir genéricos. Que rico monopólio!
Quando a Ministra da Saúde na sua voz serena, sem a elevar e sem a acelerar, antes voltando atrás sempre que um Jornalista faz que não entende, explicava que não pagará as receitas que se apresentarem violadas, e entenda-se por violadas as que forem alteradas sem autorização do Médico, o Sr. Presidente da A.N.F. reagiu, apontando o dedo aos Médicos do S.U. do Hospital de Cascais afirmando haver corrupção.
Havendo corrupção, castiguem-se os prevaricadores; ou quererá benesses à custa dos corruptos?
Mas há tantas prevaricações nas farmácias! A venda de antibióticos sem receita médica! ...Haveria tanto para dizer!
Voltando ao fio da conversa, apenas quero dizer que é ao Médico que compete encontrar a forma correcta de tratar o seu Doente; conciliando o melhor tratamento com o melhor preço possível. E não será nunca o Farmacêutico que terá competência para o fazer; a menos que o Médico se demita das suas obrigações.
Portanto, Sr.Dr. Cordeiro, saia do esconderijo. Faça como o gato da imagem: mostre-se.
Já se percebeu que quer substituir a seu bel-prazer todo o receituário que puder pelos seus genéricos.Não se preocupe tanto com os cidadãos; os outros também o sabem fazer.
A isso diz-se:
gato escondido com rabo de fora.
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Conceição Cancela

quinta-feira, 2 de abril de 2009

PBAACM

Pierre Boulez e a Academy of Asian Contemporary Music

A PBAACM é a designação do recente projecto franco-asiático protagonizado por Boulez.
Todos os anos, entre 2011 e 2015, P.B. vai residir durante 15 dias nas cidades de Dubai, Bombaim, Shangai e Singapura, formando uma dezena de instrumentistas, os melhores de cada país.
Em contra-partida, e sob proposta do ministro da cultura de Singapura, todos os TM vendidos nestas quatro cidades durante este período, terão uma gravação de um extracto de Répons de Boulez.
C.C. (de casa às costas)