sábado, 16 de junho de 2007

O PORTO quem o viu e quem o vê

Ao ver as fotos da ARTIMANHA sobre a abertura da época la féria no RIVOLI, fiquei de boca aberta primeiro, indignada depois, e depois triste...
Quem conheceu a sociedade portuense de há uns anos atrás, sabe que o PORTO era tremendamente orgulhoso e desmesuradamente bairrista. Quando se falava de acontecimentos na Capital, a resposta era imediata: «nós cá também temos», nem que nada se passasse; que era o mais certo. E o Porto era para trabalhar. Comerciantes ricos, faziam a sua «society» no Ateneu e a «pseudo aristocracia» da Foz nos salões dos seus palacetes.
A «Plebe» na qual eu me incluo, cheirava de tudo um bocadinho (quando a aceitavam e tinha estaleca para isso) e depois era dar um saltinho a Lisboa para ver e ouvir um Pollini ou coisas assim.
Ir a Lisboa? Aquilo é Marrocos!....Ouvia-se frequentemente. Eles nem comer sabem. Aquilo é folhinha de alface e peixinho da horta; nunca lá comi um bom cabrito ou uma feijoada; também se ouvia.
E quando menos esperávamos, numa de novo-riquismo parolo, o Presidente Rio quis também ter no Porto coisas da Capital e nada melhor que as luzes do Politeama, exactissimamente o La Féria. Mas há coisas que me intrigam; como é que a mesma pessoa decide a Praça da Liberdade, a recuperação do jardim da Rotunda com tão bom gosto? Quer dizer, aceitou quem o tinha. Dá-me a impressão que o Presidente Rio decide conforme o poder de convicção de quem lhe fala. Ainda procura um caminho; e quando não o encontra, faz contas, que é a única coisa que lhe ensinaram. E ao fazer contas, sai o túnel a abrir em frente ao Museu Soares dos Reis e a aniquilação do Rivoli....................Isto é que me dói.
Mas o espanto não acaba aqui. O Presidente Rio recebeu duas figuras também essas da Capital, a condizer, a Cinha Jardim e a Lili Caneças!!!! Não sei porque abriu a boca, se não acredita veja as fotografias da ARTIMANHA, é o que lhe digo, só não vimos a Bobone; essa até dava jeito para as boas maneiras do Presidente….
E por aqui me fico; o resto dá outra.

Obrigada Ponto de Vista pelo espaço de má língua
A Ponta da Vista

3 comentários:

Anónimo disse...

Serena, mas muito incisiva análise.
Muito verdade, tristeza por ela criada também se sente, e alguma distância, sim é isso, a diatância necessária para que a alma não se deixe ferir.

Anónimo disse...

Sempre irónica!

Pena é que Rui Rio não saiba importar aquilo que Lisboa tem de melhor.

Os concertos da Gulbenkian, o Teatro da Cornucópia, o cinema da Cinemateca (etc.)enfim...já deu mais que provas que nem sabe que estas instituições existem.

Anónimo disse...

A cultura do espectáculo fastfood veio para ficar pelo Porto na forma de indústria do entretenimento.